Introdução
Os Orixás desempenham um papel central na Umbanda, uma religião brasileira que combina elementos do Catolicismo, Espiritismo e tradições africanas. Com uma história rica e envolvente, essas divindades representam aspectos da natureza e características humanas, exercendo influência na vida e nos rituais de seus seguidores. Neste artigo, exploraremos a história por trás dos Orixás na Umbanda, sua importância na cultura brasileira e seu impacto nas tradições religiosas do país.
De onde vem os Orixás
Os Orixás, termo derivado do iorubá Òrìṣà, constituem divindades na religião iorubá, sendo representações simbólicas da natureza. Essas entidades são classificadas em dois grupos, os aborós (ou orixás masculinos) e as aiabás (ou orixás femininas). De acordo com a crença iorubá, Olodumarê (Deus presente nas religiões Iorubá) enviou essas divindades para a criação do mundo, incumbindo-as de ensinar e auxiliar a humanidade em sua jornada terrena. A maioria dos Orixás, embora tenha vivido como seres humanos em algum momento, já existia previamente no Orum (em Iorubá significa céu ou mundo espiritual). Além disso, alguns tornaram-se Orixás devido às suas notáveis realizações e sabedoria durante a vida, enquanto outros possuíam poderes sobrenaturais desde o nascimento, exercendo controle sobre elementos naturais e aspectos fundamentais da existência humana, como agricultura, pesca, metalurgia, guerra, maternidade e saúde.
Em razão do sincretismo ocorrido durante o período da escravidão, quando o catolicismo foi imposto aos negros, cada Orixá foi associado a um santo católico. Essa associação foi estabelecida como uma estratégia para preservar a adoração aos Orixás, pois os praticantes foram forçados a disfarçá-los sob a roupagem dos santos católicos. Isso permitiu que continuassem a cultuar suas divindades de maneira aparente, mantendo viva a tradição religiosa, apesar das restrições impostas durante esse período.
Os Orixás na África
Na África, os Orixás possuíam originalmente vínculos específicos com cidades ou até mesmo países inteiros, constituindo uma rede de cultos regionais ou nacionais. Cada entidade divina era reverenciada em locais distintos, como Xangô em Oió (cidade no estado de Oió na Nigéria), Iemanjá na região dos ebás (é um subgrupo dos iorubás da Nigéria), Ieuá em ebadós (tribo dos Iorubás que habitam o estado de Ogum, no Sudoeste da Nigéria), Ogum em Adô Equiti (Capital do estado de Equiti, na Nigéria) e Ondô (é a maior cidade no estado de Ondo, na Nigéria), Oxum em Ilexá, Oxobô e Ijebu Ode (são cidades da Nigéria), Erinlé em Ilobu (cidade do estado de Osun, na Nigéria), Logunedé em Ilexá, Otim em Inisa (cidade do estado de Osun, na Nigéria), e Oxalá-Obatalá em Ifé (antiga cidade iorubá no estado de Osun), subdivididos em Oxalufã em Ifo e Oxaguiã em Ejibó (cidade no estado de Oxum, na Nigéria). A condução das cerimônias de adoração a cada orixá era uma responsabilidade atribuída aos sacerdotes designados em suas respectivas tribos ou cidades.
Orixás na Religião iorubá:
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Exu, Orixá guardião dos templos, encruzilhadas, passagens, casas, cidades e das pessoas, mensageiro divino dos oráculos[10].
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Ogum, Orixá do ferro, guerra, fogo, e tecnologia.
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Oxóssi, Orixá da caça e da fartura.
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Logunedé, Orixá jovem da caça e da pesca.
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Xangô, Orixá do fogo e trovão, protetor da justiça.
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Airá, Usa branco, tem profundas ligações com Oxalá e com Xangô.
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Obaluaiê, Orixá das doenças epidérmicas e pragas, Orixá da Cura.
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Oxumarê, Orixá da chuva e do arco-íris, o Dono das Cobras.
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Oçânhim, Orixá das Folhas, conhece o segredo de todas elas.
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Oiá ou Iansã, Orixá feminino dos ventos, relâmpagos, tempestades, e do Rio Niger.
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Oxum, Orixá feminino dos rios, do ouro, do jogo de búzios, e do amor.
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Iemanjá, Orixá feminino dos lagos, mares e fertilidade, mãe de muitos Orixás.
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Nanã, Orixá feminino dos pântanos, e da morte, mãe de Obaluaiê.
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Ieuá, Orixá feminino do Rio Yewa.
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Obá, Orixá feminino do Rio Oba, uma das esposas de Xangô.
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Axabó, Orixá feminino da família de Xangô.
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Ibeji, Orixás gêmeos.
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Irocô, Orixá da árvore sagrada, (gameleira branca no Brasil).
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Egungum, ancestral cultuado após a morte em casas separadas dos Orixás.
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Iami-Ajé, é a sacralização da figura materna, a grande mãe feiticeira.
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Onilé, Orixá do culto aos egunguns.
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Oxalá, Orixá do Branco, da Paz, da Fé.
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Obatalá ou Orixanlá, o mais respeitado, o pai de quase todos orixás, criador do mundo e dos corpos humanos.
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Ifá ou Orunmila-Ifa, Ifá é o porta-voz de Orunmila, Orixá da Adivinhação e do destino.
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Odudua, Orixá também tido como criador do mundo, pai de Oraniã e dos iorubás.
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Oraniã, Orixá filho mais novo de Odudua.
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Baiâni, Orixá também chamado Dadá Ajacá.
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Olocum, Orixá divindade do mar.
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Olossá, Orixá dos lagos e lagoas.
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Oxalufã, Qualidade de Oxalá velho e sábio.
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Oxaguiã, Qualidade de Oxalá jovem e guerreiro.
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Ocô, Orixá da agricultura.
Os Orixás no Brasil
Conclusão
Os Orixás desempenham um papel fundamental na religião e na cultura brasileira, trazendo consigo uma história de resistência e resiliência. Sua presença continua a moldar as tradições religiosas do país e a enriquecer sua diversidade cultural. Ao compreender a história por trás dos Orixás, podemos apreciar melhor a profundidade de suas influências e o legado que deixaram na sociedade brasileira.
Questões mais Frequentes
Qual Santo sincretiza com Exu?
Em algumas tradições, Exu é sincretizado com Santo Antônio.
Qual santo sincretiza Oxóssi?
Oxóssi é sincretizado com São Sebastião em algumas linhas da Umbanda e do Candomblé.
Qual santo sincretiza Oxum?
Oxum é sincretizada com Nossa Senhora da Conceição em algumas manifestações religiosas afro-brasileiras.
Qual é a relação entre Orixás e signos do zodíaco?
Nas práticas religiosas afro-brasileiras, cada Orixá é cultuado independentemente de qualquer associação com os signos do zodíaco.