Diferença entre Esquerda e Direita na Umbanda

Muitas pessoas iniciantes na Umbanda, ou mesmo quem está apenas buscando conhecer mais sobre a religião, acabam se confundindo ao ouvir falar sobre as linhas de esquerda e direita na Umbanda. Frequentemente, esse conceito é interpretado de maneira equivocada, gerando preconceitos ou associações indevidas, como a ideia de que a linha da esquerda estaria ligada ao mal. Este artigo tem como objetivo esclarecer essas dúvidas e mostrar que ambas as linhas são indispensáveis ​​e funcionam em perfeita harmonia dentro da espiritualidade umbandista.

A Linha da Direita: Vibrações Sutis e Evolutivas

A linha da direita na Umbanda é composta por entidades espirituais que vibram em frequências sutis, elevadas e positivas. Elas atuam com o propósito de irradiar luz, promover a cura espiritual e expandir a energia de quem procura. No coração dessa linha, encontra-se o triângulo principal da Umbanda – Pretos Velhos, Caboclos e Erês – que representa a tríade fundamental de equilíbrio espiritual, sabedoria e proteção.

Cada uma dessas entidades possui características únicas:

Além desse triângulo, há outras entidades de direita, como os Boiadeiros, Marinheiros e Baianos, que também desempenham papéis importantes dentro do terreiro.

A Linha da Esquerda: Proteção e Justiça

A linha da esquerda, muitas vezes mal compreendida, desempenha um papel fundamental na Umbanda. Ela é composta por espíritos de vibração mais próximos à densidade terrestre, o que os torna aptos a lidar com energias pesadas e realizar trabalhos de proteção espiritual. As entidades da esquerda, como os Exus, as Pombagiras e os Malandros, são verdadeiros guardiões que ajudam a desfazer negatividades e protegem tanto o terreiro quanto os consulentes.

Vale ressaltar que as verdadeiras entidades da esquerda não realizarão trabalhos negativos, como amarrações ou vinganças. Esses atos são atribuídos a espíritos obsessores, conhecidos como kiumbas, que não fazem parte da Umbanda.

Esquerda e Direita na Umbanda: Dois Lados de Uma Mesma Moeda

É importante entender que as linhas da esquerda e direita na Umbanda, não são opostas ou conflitantes, mas complementares. Enquanto a direita emite energias sutis de cura e evolução, a esquerda trabalha absorvendo e transformando energias densas, muitas vezes operadas como ponte entre a espiritualidade e a matéria. Ambas operam em sintonia com o propósito maior da Umbanda: a caridade e o auxílio à evolução espiritual.

A ideia de que a esquerda seria algo negativo onda de preconceitos e desconhecimento. Na verdade, tanto a direita quanto a esquerda estão homologadas às leis divinas e trabalham de acordo com o merecimento e a necessidade de cada indivíduo.

Conclusão

As linhas de esquerda e direita na Umbanda, representam forças complementares que, juntas, sustentam o equilíbrio entre luz e sombra, sutil e denso, espiritual e terreno. Respeitar e compreender o papel de cada uma é essencial para que possamos evoluir enquanto filhos de fé.

Axé a todos! Salve o povo da direita e esquerda!

Curiosidades

As entidades da esquerda são sempre mais diretas ao se comunicar?

Sim, as entidades da linha da esquerda, como os Exus e Pombagiras, tendem a ser mais diretas e objetivas em sua forma de falar. Isso ocorre porque elas trabalham em uma vibração mais próxima à materialidade, o que facilita essa abordagem prática e franca. Essa característica não deve ser confundida com falta de respeito ou agressividade, pois suas mensagens sempre carregam sabedoria e propósito.

Qual é o papel das crianças (Erês) dentro da linha da direita?

Os Erês representam a pureza, a alegria e a energia infantil. Apesar de parecerem brincalhões, seu trabalho é profundo: eles ajudam a restaurar a fé e a harmonia dos consulentes. Sua energia suave é ideal para alegria, emoções, aflitos e despertar a leveza de espírito. Em algumas graças, os Erês podem até atuar como intermediários entre outras entidades e os meios.

Por que as entidades da esquerda não realizam trabalhos negativos, como vinganças?

As verdadeiras entidades da linha da esquerda estão homologadas às leis divinas e ao propósito maior da Umbanda, que é a caridade e a evolução espiritual. Trabalhos como vinganças, amarrações ou práticas comprometedoras são realizadas por espíritos obsessores ou kiumbas, que não pertencem à Umbanda. Os Exus e Pombagiras, ao contrário, trabalham para desfazer energias negativas e proteger os consulentes.

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