A Verdadeira História da Umbanda
Você sabe como e porque a Umbanda surgiu? Aqui vamos te contar a verdadeira história da Umbanda, como um menino de 17 anos que se preparava para ingressar na Marinha foi o principal instrumento para toda a história acontecer. Vem comigo e mergulhe nessa interessante história!
História da Umbanda
Este é um resumo da origem oficial da Umbanda. Antes do Caboclo das Sete Encruzilhadas se manifestar e do trabalho iniciado por Zélio Fernandino de Moraes, práticas religiosas semelhantes já existiam e eram comumente chamadas de “macumba”. Espiritualmente, acredita-se que a Umbanda tenha surgido muito antes de 1908, e há quem atribua suas raízes a civilizações antigas já extintas.
Em 1908, Zélio, um jovem de 17 anos que planejava entrar para a Marinha, começou a apresentar episódios que a família, em Neves, Rio de Janeiro, interpretou como “ataques”. Nessas ocasiões, Zélio assumia comportamentos que o faziam parecer um ancião de outra época ou até mesmo um animal que expressava forte conexão com a natureza. Após exames médicos, foi sugerido que Zélio recebesse a visita de um padre, mas a família optou por levá-lo a um centro espírita. Em uma sessão na Federação Espírita de Niterói, presidida por José de Souza, Zélio, tomado por uma força estranha, declarou: “Aqui está faltando uma flor”, saindo da sala para buscar uma no jardim e a colocando no centro da mesa e provocando um alvoroço. A sessão foi então marcada por manifestações de espíritos que se apresentaram como escravos e índios, provocando reações do diretor, que os considerou espiritualmente atrasados. Um desses espíritos, contudo, respondeu questionando tal preconceito.
Esse espírito se identificou como o Caboclo das Sete Encruzilhadas e declarou que iniciaria um culto que receberia as mensagens de índios e negros escravizados, numa religião que visaria a caridade e a igualdade. Assim, no dia seguinte, em 16 de novembro, em sua casa, Zélio deu início ao culto, que atraiu familiares, vizinhos e curiosos. Durante a sessão, o Caboclo das Sete Encruzilhadas estabeleceu normas simples para o novo culto, que foi batizado de Umbanda – uma religião de caridade.
O Caboclo, acompanhado por entidades como Pai Antônio e Orixá Malê, divulgou e consolidou a Umbanda, fundando sete tendas em 1918, das quais muitas outras se originaram. Embora Zélio tenha abandonado a carreira militar, ele nunca fez da religião uma profissão, sustentando financeiramente várias tendas e recusando presentes e doações, conforme orientações espirituais. A prática inicial seguia uma ritualística simples, baseada no Evangelho, com cantos baixos e sem sacrifícios de animais. Com o tempo, alguns elementos foram acrescentados, mas a essência de caridade e acolhimento permaneceu.
Após mais de meio século à frente da Tenda Nossa Senhora da Piedade, Zélio entregou a direção às suas filhas, mas continuou ativo na prática até seu falecimento, em 3 de outubro de 1975, deixando um legado de dedicação à Umbanda.
Curiosidades
Como surgiu oficialmente a Umbanda no Brasil?
A Umbanda teve seu surgimento oficial em 15 de novembro de 1908, quando o médium Zélio Fernandino de Moraes, então com 17 anos, canalizou o espírito conhecido como Caboclo das Sete Encruzilhadas durante uma sessão na Federação Espírita de Niterói. Esse evento marcou o início do culto da Umbanda, uma religião que combina princípios de espiritualidade com mensagens de igualdade e caridade.
Por que o espírito chamado Caboclo das Sete Encruzilhadas escolheu esse nome?
O Caboclo das Sete Encruzilhadas escolheu esse nome para simbolizar sua missão de abrir caminhos para todos, sem barreiras. Ele declarou: “Para mim não haverá caminhos fechados”, representando a ideia de que a Umbanda seria uma religião acessível a todos, independentemente de origem ou condição social.
Qual foi o papel de Zélio Fernandino de Moraes na fundação da Umbanda?
Zélio Fernandino de Moraes foi o médium que trouxe a Umbanda ao plano físico, aceitando as orientações espirituais do Caboclo das Sete Encruzilhadas para fundar o primeiro templo, a Tenda Nossa Senhora da Piedade. Ele dedicou 66 anos ao desenvolvimento e divulgação da Umbanda, mantendo sempre o princípio da caridade e da inclusão espiritual.