Linhas de Trabalho EspiritualOrixás e Guias Espirituais

7 Linhas da Umbanda dos Orixás

As 7 Linhas da Umbanda: Um Olhar Sobre a Organização Espiritual

As 7 Linhas da Umbanda representam uma estrutura fundamental na umbanda, organizando a energia e as vibrações que governam os trabalhos espirituais. Cada Linha está associada a uma faixa vibratória específica e é comandada por um Orixá ou um Guia, agregando energias e espíritos afins. Essas linhas específicas de uma divisão simbólica das forças espirituais que orientam e influenciam o mundo material e espiritual.

E Por que o número 7?

O número sete é um dos mais reverenciados no contexto espiritual, religioso e até mesmo místico. Ele possui significados profundos em diversas tradições, sendo considerado um número cabalístico e de grande poder. E também são feitas outras associações com o número sete: 7 são as cores do arco-íris, as maravilhas do mundo, os dias da semana, são os períodos da vida, os principais chacras etc.

O uso do sete na Umbanda reflete a tradição mística, em que cada linha atua como um canal de forças universais, simbolizando a harmonia e a completude. Assim, as Sete Linhas são um alicerce essencial para os trabalhos espirituais, proporcionando equilíbrio e conexão entre o plano material e o espiritual.

As Sete Linhas: Estrutura Atual

Ao longo dos anos, as 7 Linhas da Umbanda passaram por mudanças. A primeira organização conhecida dessas linhas surgiu em 1925, quando Leal de Souza foi classificado pela primeira vez em seu livro Ensaios sobre Umbanda . Desde então, foram realizadas alterações em diferentes momentos, como em 1941, 1952, 1956, 1964, 2003, 2009 e 2010. Essas mudanças refletem uma adaptação às necessidades espirituais e ao contexto dos terreiros de Umbanda ao longo do tempo.

Atualmente, as Sete Linhas mais conhecidas e manifestadas nos terreiros são:

  1. Oxalá – Representa a paz, a criação e a ligação direta com o divino, sendo a linha central que governa e harmoniza como demais.
  2. Iemanjá – Ligada às águas e aos sentimentos, essa linha rege as emoções e as relações familiares.
  3. Xangô – A linha da justiça e do equilíbrio, responsável por trazer verdade e ordem às questões humanas.
  4. Ogum – Associada à coragem, à luta e à superação de obstáculos, essa linha governa a proteção e a disciplina.
  5. Oxóssi – Ligada ao conhecimento, à fartura e à natureza, representa a sabedoria e a busca pelo autoconhecimento.
  6. Yori – Uma linha da pureza e da infância, relacionada aos espíritos mais jovens e à energia de renovação.
  7. Yorimá – Representa os ancestrais e os espíritos mais velhos, trazendo sabedoria, experiência e conexão com o passado.

Oxalá

A Linha de Oxalá é vista como a força central que harmoniza as outras vibrações e reflete a essência de Deus. As Entidades associadas a essa linha têm uma maneira serena de se comunicar, e seus cânticos possuem uma forte característica mística. Raramente essas entidades assumem chefia de cabeça.

Sete chefes da Legião da Vibração Espiritual de Oxalá

Caboclo Urubatão da Guia – Representante da vibração espiritual

Caboclo Guaracy – Intermediário para Ogum

Caboclo Guarani – Intermediário para Oxóssi

Caboclo Aimoré – Intermediário para Xangô

Caboclo Tupi – Intermediário para Yorimá

Caboclo Ubiratan – Intermediário para Mori

Caboclo Ubirajara – Intermediário para lemanjá

Iemanja

Também chamada de Linha das Águas ou Povo das Águas, essa linha simboliza o aspecto feminino, a maternidade e a força criadora. As entidades associadas a ela têm cobertura com o trabalho energético que utiliza água, tanto doce quanto salgada, transmitindo vibrações de forma tranquila. Na Umbanda, essa linha inclui Oxum, Iansã, Nana e outras orixás femininas, conhecidas como labás (santas femininas).

Sete chefes da Legião da Vibração Espiritual de Iemanjá

Cabocla Iara – Representante da vibração espiritual

Cabocla Estrela do Mar – Intermediário para Oxalá

Cabocla Indaiá – Intermediário para Oxóssi

Cabocla do Mar – Intermediário para Ogum

Cabocla Iansã – Intermediário para Xangô

Cabocla Nana Buruquê – Intermediário para Yorimá

Cabocla Oxum – Intermediário para Mori

Xangô

Os cânticos dessa Linha remetem aos locais de poder de Xangô, como pedreiras, cachoeiras e montanhas. Ela está associada à justiça, à lei do retorno (onde cada ação gera uma ocorrência) e à análise do estado espiritual. Esses aspectos refletem a essência de Xangô e de sua Linha.

Sete chefes da Legião da Vibração Espiritual de Xangô

Xangô Caô – Representante da vibração espiritual

Xangô Pedra Branca – Intermediário para Oxalá

Xangô Agodô – Intermediário para Oxóssi

Xangô Sete Montanhas – Intermediário para Ogum

Xangô Sete Cachoeiras – Intermediário para Yori

Xangô Pedra Preta – Intermediário para Yorimá

Xangô Sete Pedreiras – Intermediário para lemanjá

Ogum

Ogum é aquele que defende as batalhas da vida, liderando as demandas de fé e as aflições. Representando o guerreiro espiritual, essa Linha é marcada por cânticos e orações que evocam luta, determinação e combatividade. Ogum, um Orixá que atua como mediador nos conflitos cármicos, guia caboclos com energia intensa e vibrante, que se movimenta com vigor e se expressa de forma firme e decidida.

Sete chefes da Legião da Vibração Espiritual de Ogum

Ogum Dilê – Representante da vibração espiritual

Ogum Matinata – Intermediário para Oxalá

Ogum Rompe-Mato – Intermediário para Oxóssi

Ogum Beira-Mar – Intermediário para Xangô

Ogum de Malê – Intermediário para Yorimá

Ogum Megê – Intermediário para Yori

Ogum Iara – Intermediário para lemanjá

Oxóssi

As entidades guiadas por Oxóssi, o Caçador das Almas, realizam passes, trabalhos e aconselhamentos de forma tranquila, firme e segura. Seus cânticos reverenciam a natureza e a espiritualidade que ele carrega, com destaque especial para as matas.

Sete chefes da Legião da Vibração Espiritual de Oxóssi

Caboclo Arranca-Toco – Representante da vibração espiritual

Caboclo Arariboia – Intermediário para Ogum

Caboclo Arruda – Intermediário para Oxalá

Caboclo Cobra Coral – Intermediário para Xangô

Caboclo Tupinambá – Intermediário para Yorimá

Cabocla Jurema – Intermediário para Mori

Caboclo Pena Branca – Intermediário para lemanjá

Yori

A Linha de Yori é composta por espíritos elevados que se apresentam como crianças, podendo ser calmas ou um pouco agitadas. Muitos preferem sentar-se no chão, enquanto outros gostam de caminhar de um lado para o outro. Doces são especialmente apreciados por eles. Seus cânticos variam entre tons alegres e melancólicos, mencionando frequentemente o Papai e a Mamãe do Céu.

Essas crianças naturalmente trazem lições de alegria, leveza e brincadeira, lembrando até mesmo os médiuns mais sérios e os participantes da assistência sobre a importância de manter viva a criança interior. Também reforçamos o valor do respeito às crianças encarnadas, seguindo o ensinamento de Jesus ao incentivar que deixem as crianças se aproximarem Dele.

Em algumas giras, elas oferecem consultas; em outras, interagem com os presentes, dando vitórias e energizando o ambiente, sempre trazendo alegria e purificação ao espaço.

Durante suas festividades, em alguns templos influenciados pelos Cultos de Nação, é costume servir caruru, primeiramente aos espíritos da Linha de Yori e, em seguida, às crianças encarnadas, que comem com as mãos. Depois, o prato é oferecido aos adultos, que podem optar por usar talheres ou também comer com as mãos.

Sete chefes da Legião da Vibração Espiritual de Yori

Tupãzinho – Representante da vibração espiritual

Ori – Intermediário para Oxalá

Damião – Intermediário para Oxóssi

Yari – Intermediário para Ogum

Doum – Intermediário para Xangô

Cosme – Intermediário para Yorimá

Yariri – Intermediário para lemanjá

Yorimá

Na Linha de Yorimá, também conhecida como Linha das Almas, os Magos da Luz utilizam suas mirongas para trazer clareza, apoio e conforto a todos os que precisam. Esses espíritos costumam trabalhar com elementos como o fumo e a fumaça, que ajudam a fixar boas energias e evitar as negativas.

Eles são grandes aliados de outros guias, embora, infelizmente, tenham assumido o papel de chefes espirituais. Os Pretos-Velhos, que são como pais e avós amorosos, transmitem ensinamentos de humildade, perdão e autoaceitação através de suas palavras, conselhos e cânticos, incentivando-nos a adotar uma nova atitude diante da vida.

Sete chefes da Legião da Vibração Espiritual de Yorimá

Pai Guiné – Representante da vibração espiritual

Pai Tomé – Intermediário para Oxalá

Pai Joaquim – Intermediário para Oxóssi

Pai Benedito – Intermediário para Ogum

Vovó Maria Conga – Intermediário para Xangô

pai Congo d ‘ Aruanda – Intermediário para Yori

Pai Arruda – Intermediário para lemanjá

 Curiosidades

O que são as 7 Linhas da Umbanda?

As 7 Linhas da Umbanda são divisões espirituais que organizam a energia e as vibrações nos trabalhos espirituais. Cada linha é associada a um Orixá ou Guia específico, representando diferentes faixas vibratórias que influenciam tanto o mundo material quanto o espiritual.

Por que o número 7 é significativo na Umbanda?

O número 7 é considerado sagrado em muitas tradições, simbolizando completude e harmonia. Na Umbanda, ele reflete a estrutura espiritual que umas forças universais e representa aspectos fundamentais da vida, como os núcleos do arco-íris, os dias da semana e os principais chacras.

Quais são as principais Linhas da Umbanda e suas características?

As principais Linhas da Umbanda incluem Oxalá, Iemanjá, Xangô, Ogum, Oxóssi, Yori e Yorimá. Cada uma tem características únicas: Oxalá é a linha da paz e da criação; Iemanjá está ligada às águas e emoções; Xangô representa justiça; Ogum simboliza coragem e superação; Oxóssi é associado ao conhecimento e à natureza; Yori traz a pureza e a energia infantil; e Yorimá representa sabedoria ancestral e apoio espiritual.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

João Carvalho de Luz

João Carvalho de Luz é um apaixonado estudioso e praticante da Umbanda há mais de 20 anos. Nascido e criado no coração do Rio de Janeiro, João cresceu imerso na rica tapeçaria cultural brasileira, desenvolvendo desde cedo um profundo interesse pelas tradições espirituais do país. Formado em antropologia com ênfase em religiões afro-brasileiras, ele dedica sua vida ao estudo e à prática da Umbanda, buscando sempre aprofundar seu conhecimento e compreensão.

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