Na incrível sinfonia espiritual da Umbanda, as velas desempenham um papel mágico, carregado de calor e emoção. É como se cada chama fosse um elo vivo entre a vida e a morte, incitando em nossos corações esperança, fé e amor. Ao acender uma vela, não estamos apenas realizando um gesto mecânico; estamos, na verdade, nos transformando em magos, conectando-nos com nosso mundo interior, repleto de forças mentais ansiosas para realizar os propósitos iniciais.
A chama da vela, por mais simples que pareça, é um fogo que transcende a física. É um portal para o inconsciente, uma ponte entre o palpável e o espiritual. Ao envolvermos nossos interesses na magia das velas, lançamos uma corrente de energias benéficas no cosmos, influenciando positivamente os destinos entrelaçados da vida e da espiritualidade. Cada chama é um elo entre o que conhecemos e o que está além do alcance dos nossos olhos.
Contudo, assim como a chama pode aquecer os corações, ela também pode queimar nas sombras da intenção maléfica. Os feiticeiros e bruxos, que ousam despertar as forças internas com propósitos sombrios, assumem compromissos cármicos sombrios. Acender velas em formas sinistras, como sapos, diabos ou caveiras, é como lançar uma promessa macabra aos senhores do destino. Cada pensamento, palavra e ação reverberam na memória do infinito, uma justiça divina que não deixa ninguém impune.
Há uma verdade poderosa na dualidade do fogo. Assim como a vida gera calor, a morte traz o frio. Ao acender uma vela, estamos imbuídos de uma responsabilidade cósmica, pois as energias psíquicas fluem em direção ao espaço infinito. A quantidade de velas pode ser vista como uma expressão da intensidade da intenção, mas é na mente do praticante que a verdadeira alquimia acontece. Não há favores a serem comprados com entidades celestiais, pois, no mundo espiritual, são os sentimentos que ressoam primeiro, independentemente do número de velas acesas.
Em meio a esse universo místico, é impossível não ser tocado pela máxima de Jesus sobre a reconciliação antes das oferendas. A energia das velas, por mais ardente que seja, é enriquecida quando emana de sentimentos reconciliados e puros. Ao acender velas para almas, anjos, pretos velhos, caboclos ou Orixás, convém compreender que a vela é mais do que uma simples oferta; ela é uma extensão da energia mental, uma sintonia entre o visível e o invisível.
Assim, ao acender uma vela na tradição vibrante da Umbanda, não estamos apenas lançando luz ao nosso redor, mas também nos imbuindo de uma energia que transcende a mera chama. É uma dança entre calor e emoção, uma jornada vibrante entre o terreno e o espiritual, onde cada vela acesa é um testemunho de nossa conexão com o divino.