Práticas e Rituais

Orixá Umbanda – 14 saudações aos Espíritos Divinos

Importância das saudações ao Orixá Umbanda

Os orixás na Umbanda representam forças divinas que regem aspectos fundamentais da vida e da natureza. São entidades espirituais reverenciadas como guias e protetores, desempenhando papéis essenciais na cosmovisão umbandista.

A importância da saudação aos orixás na Umbanda é profunda e multifacetada. Primeiramente, as saudações são uma expressão de respeito e reverência aos orixás, estabelecendo uma conexão espiritual entre os praticantes e essas divindades. Além disso, as saudações aos Orixás são consideradas atos de gratidão e reconhecimento pelas bênçãos e proteção que os orixás proporcionam. Elas também têm o poder de invocar a presença e a influência positiva dos orixás durante rituais e cerimônias, fortalecendo a espiritualidade dos adeptos e promovendo o equilíbrio e a harmonia em suas vidas.

É importante ressaltar que não existam apenas essas formas de saudação ou somente esses orixás que serão apresentados aqui, cada casa tem uma maneira de manifestar sua fé que, não precisa ser exatamente igual as que são colocadas aqui. Além de não existirem somentes esses Orixás, mas se a sua forma for diferente da que apresentamos aqui, aproveite para comentar e compartilha-la com nosso Blog!

Em suma, as saudações ao orixá Umbanda são rituais sagrados que simbolizam a relação de devoção e confiança entre os praticantes e as divindades, promovendo uma conexão espiritual profunda e benéfica para todos os envolvidos.

Saudação a Oxalá

Oxalá é o orixá maior na religião Umbanda, representando a paz, a pureza e a criação. Ele é invocado como o criador do mundo e o protetor da humanidade, sendo reconhecido pelo termo “Epá Babá Oxalá” ou “Exê Babá“, que expressa gratidão e reverência. Sua expressão corporal inclui braços abertos com as mãos espalmadas para o alto, gesto semelhante à imagem de Jesus/Oxalá, comumente presente nos terreiros de Umbanda.

Saudação a Oxum

Oxum é uma divindade na Umbanda, associada à água doce, ao amor e à fertilidade, representando a maternidade e a sensualidade. Ela é reverenciada com o termo “Ora ie iê ô“, que significa “Olha por nós mãezinha“, expressando devoção e proteção maternal. Sua expressão corporal envolve mãos espalmadas na altura da cintura, realizando movimentos circulares simultaneamente, gesto esse que lembra a posição de “ninar” um bebê, simbolizando sua natureza acolhedora e cuidadosa

Saudação a Oxumaré

Oxumaré é um orixá da Umbanda, associado à renovação, à transformação e à dualidade, representando o arco-íris e a ligação entre o céu e a terra. Ele é invocado com o termo “Arroboboi”, que significa “Salve o Senhor das águas supremas!”, expressando reverência e reconhecimento de sua importância cósmica. Sua expressão corporal inclui o juntar de mãos sem cruzar os dedos, à frente do peito e mantendo uma pequena distância do corpo, simbolizando sua conexão com os elementos da natureza e sua posição intermediária entre os reinos espiritual e material.

Saudação Oxumaré - Representação artística
Saudação Oxumaré – Representação artística

Saudação a Oxóssi

Oxóssi é um orixá da Umbanda, associado à caça, à fartura e à sabedoria ancestral, representando a ligação entre os seres humanos e o reino animal. Ele é saudado com o termo “Okê Arô”, que significa “Dê seu brado, Majestade!”, expressando respeito e reconhecimento por sua grandeza espiritual. Sua expressão corporal inclui punhos cruzados com o dedo indicador extendido, manter as mãos na altura da cintura, simbolizando sua habilidade na caça e sua conexão com a natureza.

Saudação Oxóssi- Representação artística
Saudação Oxóssi- Representação artística

Saudação a Obá

Obá é um orixá venerado na Umbanda, associado à coragem, à determinação e à lealdade, representando o poder feminino e a força das águas revoltas. Ela é saudada com o termo “Akiro Obá Yê!”, que significa “Eu saúdo o seu conhecimento, Senhora da Terra!”, expressando reverência e reconhecimento por sua sabedoria e sua ligação com o elemento terra. Sua expressão corporal inclui tocar o chão com as mãos três vezes, simbolizando sua conexão com a terra e seu domínio sobre ela.

Saudação Obá- Representação artística
Saudação Obá- Representação artística

Saudação a Xangô

Xangô é um orixá na Umbanda, associado à justiça, ao poder e à autoridade, representando o equilíbrio entre a lei divina e humana. Ele é saudado com o termo “Kaô Kabecilê”, que significa “Permita-me vê-lo, Majestade!”, expressando reverência e solicitação de sua presença. Sua expressão corporal característica inclui o movimento das mãos sobre a cabeça, alternando entre mão direita/testa, mão esquerda/nuca e logo aseguir troca: mão direita/nuca, mão esquerda/testa, simbolizando seu domínio sobre o poder e a justiça.

Saudação a Ogum

Ogum é um orixá na Umbanda, associado à guerra, à proteção e à superação de obstáculos, representando a coragem e a determinação. Ele é saudado com os termos “Patakori Ogum” e “Ogum Yê!”, que significam “Salve o cortador de cabeças! Salve Ogum!”, expressando respeito e reconhecimento por sua força e poder. Sua expressão corporal característica inclui braços cruzados à frente do peito, com os dedos minguinho, anelar e do meio encolhidos e os indicadores e polegares estendidos (das duas mãos), simbolizando sua postura de proteção e defesa.

Saudação Ogum - Representação artística
Saudação Ogum – Representação artística

Saudação a Iansã

Iansã é uma divindade na Umbanda, associada aos ventos, às tempestades e à transformação, representando a força e a energia feminina. Ela é saudada com o termo “Eparrei!”, que significa “Salve o raio, Iansã!”, expressando reverência e reconhecimento por seu poder. Sua expressão corporal característica inclui um movimento rápido da mão para cima, semelhante ao gesto de indicar algo “mais ou menos”, simbolizando a agitação e a dinâmica dos ventos que ela controla.

Saudação a Obaluaiê

Obaluaiê é um orixá da Umbanda, associado à cura, à saúde e à proteção contra doenças, representando a força da terra e a renovação. Ele é saudado com o termo “Atotô”, que significa “Peço Quietude meu Pai!”, expressando reverência e súplica por tranquilidade. Sua expressão corporal característica inclui fazer com a mão direita, uma cruz no chão, simbolizando sua ligação com a terra e seu poder de cura.

Saudação Obaluaiê - Representação artística
Saudação Obaluaiê – Representação artística

Saudação a Nanã Buroquê

Nanã Buroquê é um orixá da Umbanda, associado à sabedoria, à ancestralidade e ao ciclo da vida, representando a matriarca e a ligação com as águas primordiais. Ela é saudada com o termo “Saluba Nanã”, que significa “Salve a Mãe das águas Pantaneiras!”, expressando reverência e honra por sua ligação com as águas e a fertilidade. Sua expressão corporal característica inclui braços abertos e mãos espalmadas para baixo, fazendo movimentos circulares, simbolizando a influência de suas águas na criação e na renovação da vida.

Saudação a Iemanjá

Iemanjá é uma divindade na Umbanda, associada aos mares, à maternidade e à proteção, representando a feminilidade e a fertilidade. Ela é saudada com os termos “Odoyá” e “Odocyabá”, que significam “Salve a Senhora das águas!”, expressando reverência e admiração por sua ligação com os oceanos. Sua expressão corporal característica inclui mãos espalmadas para cima na altura da cintura fazendo movimentos circulares ou então braços abertos com as mãos para o alto, simbolizando sua conexão com as águas e sua generosidade como mãe divina.

Saudação a Omulu

Omulu é um orixá na Umbanda, associado à cura, à saúde e à proteção contra doenças, representando a purificação e o renascimento espiritual. Ele é saudado com o termo “Atotô”, que significa “Peço quietude, meu Pai!”, expressando respeito e súplica por tranquilidade. Sua expressão corporal característica inclui fazer uma cruz no chão com a mão esquerda, simbolizando sua ligação com a terra e seu poder de cura.

Saudação Omulu - Representação artística
Saudação Omulu – Representação artística

Esquerda da Umbanda:

Saudação a Exu

Exu é um orixá na Umbanda, associado aos caminhos, à comunicação e ao equilíbrio entre o mundo espiritual e material, representando a dualidade e a transição. Ele é saudado com os termos “Laroiê” e “Mojubá”, que significam “Vós sois grande, Exu!” e “Eu me curvo a ti, vós sois poderoso Exu!”, expressando respeito e reconhecimento por sua importância espiritual. Suas expressões corporais incluem: A – dedos cruzados com as mãos voltadas para o solo, executando movimentos circulares. B – mãos parcialmente fechadas (encolhidas) apontadas para o solo, dedos retraídos. Encosta-se as costas das mãos ou os punhos um no outro, três vezes. C – com os punhos cruzados bater as costas das mãos três vezes no chão.

Saudação a Pombagira

Pombagira é uma entidade na Umbanda, associada à sensualidade, à sedução e à proteção, representando a energia feminina forte e independente. Ela é saudada com os termos “Laroiê”, “Salve as moças” e “Pombagira Saravá”, que expressam respeito e reverência por sua presença. Sua expressão corporal é similar à de Exu, com movimentos circulares das mãos e dedos cruzados voltados para o solo.

Perguntas mais Frequentes

Qual é o gesto corporal característico de Oxalá?

O gesto típico de Oxalá envolve braços abertos com as mãos espalmadas para cima, semelhante à imagem de Jesus, e é comumente visto nos terreiros de Umbanda.

Como saudar Pombagira na Umbanda?

Pombagira é saudada com termos como “Laroiê”, “Salve as moças” e “Pombagira Saravá”, expressando respeito e reverência por sua energia feminina forte e independente.

Qual é o significado de “Atotô” na Umbanda?

“Atotô” é um termo utilizado para saudar Omulu na Umbanda, significando “Peço quietude, meu Pai!”, expressando respeito e súplica por tranquilidade.

Como expressar reverência a Exu na Umbanda?

Para expressar reverência a Exu na Umbanda, podem ser utilizados gestos corporais como movimentos circulares das mãos voltadas para o solo ou batendo as costas das mãos no chão.

 

 

João Carvalho de Luz

João Carvalho de Luz é um apaixonado estudioso e praticante da Umbanda há mais de 20 anos. Nascido e criado no coração do Rio de Janeiro, João cresceu imerso na rica tapeçaria cultural brasileira, desenvolvendo desde cedo um profundo interesse pelas tradições espirituais do país. Formado em antropologia com ênfase em religiões afro-brasileiras, ele dedica sua vida ao estudo e à prática da Umbanda, buscando sempre aprofundar seu conhecimento e compreensão.

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