Guia Atravessada no Corpo É Permitido? Aprenda o Que Dizem os Guias e os Pais de Santo

“Guia atravessada” é um colar de contas usado na Umbanda, simbolizando proteção e conexão espiritual. Usado sobre o ombro de forma cruzada, ele fortalece a ligação com guias espirituais, sendo um elemento vital nas práticas e rituais umbandistas, respeitando tradições culturais e espirituais.
Se você já se perguntou se guia atravessada é permitido na prática da Umbanda, você não está sozinho! A questão é cercada por uma rico emaranhado de interpretações culturais e espirituais. Vamos explorar o significado da “guia atravessada” e desvendar as práticas corretas na Umbanda, considerando as nuances e permissões espirituais que acompanham essa tradição.
O que significa ‘guia atravessada’?
Dentro do contexto espiritual da Umbanda, a expressão “guia atravessada” possui significados específicos e profundos. De maneira geral, refere-se a um colar de contas, também conhecido como guia, que é usado de forma cruzada no corpo, atravessando de um ombro até a cintura. É um símbolo poderoso de proteção espiritual e conexão com entidades e guias espirituais, cada cor representando diferentes orixás e suas energias associadas.
História e Uso
Tradicionalmente, as guias são preparadas com cuidado, respeitando o simbolismo e a composição que cada fio de conta representa. Elas são consagradas em rituais específicos dentro dos terreiros, onde a energia de proteção e orientação espiritual dos orixás é incorporada nelas. A “guia atravessada”, especificamente, indica uma ligação mais íntima com o orixá ou a entidade, simbolizando um ato de cruzamento espiritual que fortalece a proteção e a ligação com o plano astral.
Visualmente, essas guias são normalmente feitas de contas coloridas ou pedras naturais, cada qual representando uma figura espiritual ou força específica. O uso correto dessas guias é ensinado por líderes espirituais dentro dos terreiros, garantindo que seu significado e poder sejam respeitados e entendidos por todos os praticantes.
Contexto histórico e cultural na Umbanda
O desenvolvimento da Umbanda ocorreu no Brasil no início do século XX, emergindo como uma religião que sintetiza elementos do catolicismo, espiritismo kardecista, e das religiões africanas. A figura da “guia atravessada” se integra nesse contexto como um símbolo multifacetado representando proteção e ligação espiritual.
Influências Afro-Brasileiras
A Umbanda aproveitou os sistemas de crenças dos africanos trazidos para o Brasil como escravos, incorporando características como a reverência aos orixás e o uso de objetos espirituais, como as guias, que são fundamentais para práticas rituais.
Catolicismo e Espiritismo
Além das influências africanas, aspectos do catolicismo, como devoção a santos, e princípios do espiritismo kardecista, como a comunicação com espíritos, foram incorporados à prática umbandista. Essa combinação criou um ambiente dinâmico onde a tradição de usar guias possui significados tanto espirituais quanto culturais.
Dentro desta confluência de credos, a “guia atravessada” serve não somente como um adorno, mas como um vínculo entre o praticante e o mundo espiritual, cada cor e padronização de contas refletindo uma profunda herança cultural e uma conexão com as divindades.
Práticas espirituais corretas e permissões
Na Umbanda, a prática espiritual e o uso das guias estão intimamente ligados à correta observância das tradições e rituais. Usar uma “guia atravessada” requer permissão dentro do terreiro e está sujeito a diretrizes específicas. O uso indevido de guias sem a consagração apropriada pode ser considerado desrespeitoso e ineficaz espiritualmente.
As guias devem ser feitas e consagradas sob a supervisão de um zelador ou pai de santo, figuras de autoridade religiosa que garantem que todas as práticas estejam em conformidade com os princípios da Umbanda. Durante rituais, essas figuras guiam os praticantes no uso correto das guias, garantindo que sua energia seja canalizada corretamente para proteção e comunicação com os espíritos guias.
Além disso, as guias são usadas em momentos específicos, como nos trabalhos de desenvolvimento mediúnico ou em cerimônias de oferenda aos orixás. Cada guia é feita de acordo com o orixá ou entidade que representa, com cores e materiais que têm significado espiritual. Assim, é essencial compreender o propósito de cada guia e dos rituais aos quais elas pertencem para que seu uso seja respeitado e espiritualmente significativo.
Controvérsias e diferentes interpretações
As práticas e tradições na Umbanda, incluindo o uso da “guia atravessada”, frequentemente geram debates entre praticantes e estudiosos. Algumas das principais controvérsias surgem da diversidade de interpretações sobre os significados espirituais e as permissões para o uso das guias.
Diversidade de Tradições
A Umbanda, por sua própria natureza sincrética, abrange uma grande variedade de tradições e ensinamentos que podem variar de um terreiro para outro. Enquanto alguns veem o uso da “guia atravessada” como essencial em determinados rituais, outros podem tratá-lo como opcional ou restrito a momentos específicos de desenvolvimento espiritual.
Percepções Pessoais
Além disso, a interpretação pessoal desempenha um papel importante na maneira como as guias são usadas e entendidas. Para alguns praticantes, a “guia atravessada” é um símbolo poderoso de seu compromisso pessoal e espiritual, enquanto outros podem vê-la como mais uma ferramenta ritual entre muitas.
Essas diferentes interpretações podem levar a discussões saudáveis dentro da comunidade umbandista sobre como manter a autenticidade e o respeito pelas tradições, ao mesmo tempo em que se acomoda a diversidade de experiências e compreensões individuais.
Conexão pessoal com guias espirituais
A relação entre praticantes da Umbanda e seus guias espirituais é profundamente pessoal e significativa. As “guias atravessadas” atuam como um elo tangível entre o plano material e espiritual, ajudando a intensificar essa conexão íntima. Para muitos, usar uma guia atravessada durante rituais ou momentos de meditação é um meio de sentir a presença protetora e orientadora de suas entidades espirituais mais próximas.
O rito de laçamento de uma guia, ou seja, seu uso sobre os ombros de forma cruzada, costuma ser acompanhado por orações e cânticos, criando um ambiente de comunhão e respeito. Esse uso não é apenas um símbolo de fé, mas também um sinal de proteção e de abertura para mensagens do plano espiritual.
A conexão com os guias espirituais pode manifestar-se de formas distintas para cada pessoa. Alguns relatam sentir uma forte sensação de paz e clareza mental, enquanto outros experienciam sinais mais sutis de envolvimento espiritual. Isso reforça o caráter individualizado e sagrado da relação com as entidades e de como cada praticante vivencia o contato com o plano espiritual através de suas guias.
Conclusão sobre o Uso de Guia Atravessada na Umbanda
O uso da “guia atravessada” na Umbanda é mais do que um simples adorno religioso. Faz parte de uma rica tradição cultural que une elementos do catolicismo, espiritismo e religiões africanas, formando uma prática espiritual única.
Compreender o significado e a forma correta de usar a guia respeita tanto a herança espiritual coletiva quanto a conexão individual com os guias espirituais. Embora existam controvérsias e diversas interpretações, o respeito pelas tradições das diferentes casas de Umbanda é crucial para manter a integridade dos rituais.
Por fim, a conexão pessoal que cada praticante desenvolve ao usar suas guias é central para a experiência espiritual na Umbanda. Esse vínculo fortalece a jornada espiritual e permite que cada indivíduo aprofunde seu próprio caminho de fé e crescimento pessoal.
FAQ – Perguntas Frequentes sobre Guias na Umbanda
O que significa usar uma ‘guia atravessada’?
Usar uma ‘guia atravessada’ significa ter um colar de contas cruzado sobre o ombro e o quadril, simbolizando proteção e ligação com guias espirituais.
Qual é a origem das guias na Umbanda?
As guias na Umbanda têm origem nas tradições afro-brasileiras, unindo elementos de diferentes culturas, como o catolicismo e o espiritismo.
É necessário permissão para usar uma ‘guia atravessada’?
Sim, é recomendado que o uso seja orientado por líderes espirituais para garantir respeito e eficácia no contexto ritualístico.
Por que as guias são coloridas?
As cores das guias representam diferentes entidades e forças espirituais, cada uma com um significado particular na Umbanda.
Existem controvérsias sobre o uso das guias?
Sim, devido à diversidade de interpretações e tradições dentro dos terreiros de Umbanda, as guias podem gerar debates.
Como as guias fortalecem a conexão espiritual?
Elas atuam como um elo físico e espiritual, profundando a ligação com os guias espirituais durante rituais e meditações.