Orixás – Os deuses que regem os elementos da natureza
Introdução
Os Orixás, oriundos da mitologia africana iorubá, ganharam solo fértil no Brasil através das práticas religiosas da Umbanda e do Candomblé. A palavra “Orixá” tem sua raiz em “Ori” (cabeça) e “Xá” (Rei ou Senhor), traduzindo-se como “Senhor da Cabeça”. Essas divindades são consideradas ancestrais africanos divinizados, atribuindo-se a eles o controle sobre elementos naturais, ofícios humanos e condições da vida cotidiana.
Os Orixás, entidades conectadas aos pontos de força da Natureza, refletem características humanas, expressando emoções como raiva, ciúmes e amor. Cada Orixá possui um sistema simbólico único, composto por cores, comidas, cantigas, rezas e ambientes específicos. Devido ao sincretismo durante a escravidão, cada Orixá foi associado a um santo católico, permitindo a continuidade de seus cultos. Contudo, essa sobreposição na forma de santos católicos é, muitas vezes, apenas superficial.
A mitologia iorubá abriga mais de 400 Orixás, mas no Brasil, alguns ganharam destaque, como Exú, Oxalá, Ogum, Oxóssi, Oxum, Xangô, Iansã, Iemanjá, e outros, sendo cultuados nas tradições religiosas afro-brasileiras. Essas divindades, ricos em simbolismo, cores, e rituais específicos, representam pilares espirituais na cultura afro-brasileira, carregando consigo a história, a sabedoria e a conexão entre o divino e o humano.
Exú
Exu é um orixá da mitologia africana, especialmente venerado nas religiões de matriz iorubá, como o Candomblé e a Umbanda. Ele é conhecido como o mensageiro divino, intermediário entre os deuses (orixás) e os seres humanos. Exu é considerado o guardião dos caminhos, responsável por facilitar a comunicação entre o plano espiritual e o mundo terreno.
Na cosmologia iorubá, Exu não é estritamente classificado como bom ou mau. Sua natureza é dual, refletindo as dualidades inerentes à existência. Ele possui virtudes e defeitos, podendo agir tanto para o benefício quanto para o desafio dos seres humanos. Sua representação destaca-se pela complexidade e pela capacidade de transcender polaridades morais.
As oferendas a Exu costumam incluir elementos simbólicos que refletem sua influência nos caminhos e na comunicação. Ele é reverenciado como um elo essencial entre o mundo visível e invisível, desempenhando um papel fundamental nas práticas religiosas que buscam equilíbrio e compreensão entre as forças espirituais e a vida cotidiana.
Oxalá
Assim, os Orixás, enraizados na mitologia iorubá e entrelaçados nas tradições religiosas da Umbanda e do Candomblé, emergem como pontes entre o divino e o humano no Brasil. Suas representações coloridas, simbolismos profundos e conexões com a Natureza transcendem fronteiras culturais, refletindo a riqueza espiritual e a diversidade da herança afro-brasileira.
Neste mosaico de divindades, cada Orixá é uma expressão única de sabedoria ancestral, oferecendo caminhos para a compreensão mais profunda da existência e uma ligação inquebrável entre passado, presente e futuro na jornada espiritual do povo brasileiro.
Questões mais Frequentes
Qual Orixá é geralmente associado à proteção e abertura de caminhos na Umbanda?
Ogum é frequentemente reverenciado como o Orixá da guerra e protetor, sendo invocado para superar desafios e remover obstáculos na Umbanda.
Como os Orixás escolhem seus filhos na Umbanda?
A escolha dos filhos pelos Orixás na Umbanda é entendida como uma conexão espiritual pré-natal, baseada na personalidade, experiências passadas e missão espiritual do indivíduo.
Qual é o Orixá considerado o mensageiro na Umbanda?
Exú é reconhecido como o Orixá mensageiro na Umbanda, desempenhando o papel de intermediário entre os orixás e os seres humanos, facilitando a comunicação espiritual.
Fica aqui uma dica para se aprofundar mais no assunto – Umbandas: Uma história do Brasil